quarta-feira, 16 de abril de 2025

 

DICAS PARA COMPRAS RELACIONADAS À PÁSCOA





Embora não exista consenso sobre os motivos que tornaram os ovos de chocolate um dos símbolos mais emblemáticos da Páscoa, é certo que se trata de uma tradição que ninguém quer abandonar, especialmente as crianças.

Porém, mesmo sendo muito gostosos, os ovos de Páscoa não são uma opção saudável de consumo. Isto porque incluem em sua composição itens como açúcar adicionado, gorduras saturadas e sódio, além de outros aditivos, que o classificam como alimento ultraprocessado1.

Por isso, o Ministério da saúde alerta que se evite o consumo desse produto por crianças menores de dois anos.

Por sua vez, protagonistas das receitas salgadas tradicionais, como o bacalhau e seu principal parceiro, o azeite, estão cada vez mais sendo substituídos por ingredientes alternativos, principalmente por itens que “caibam no bolso” no consumidor.

Sobre os preços de produtos relacionados à Pascoa, vale consultar a Pesquisa Comparativa de Preços – Páscoa/2025 no endereço https://www.procon.sp.gov.br/wp-content/uploads/2025/04/relat_pascoa_2025_capital_sp.pdf.

Por isso, a dica geral é avaliar suas possibilidades e finanças para economizar e celebrar a Páscoa, como por exemplo, elaborar receitas caseiras de doces e salgados com ingredientes simples, frescos, do dia a dia, como cacau, extrato de baunilha, inclusive a brasileira conhecida como cumaru, canela, cravo, anis etc., encontrados abundantemente em feiras e mercados. Além disso, a oferta de frutas da estação em feiras e mercados permite a confecção de iguarias tão clássicas como os ovos de Páscoa, como doce de coco, doce de abóbora, queijadinhas e bombocados.

Se for difícil excluir o chocolate do cardápio, você pode fazer seus próprios ovos de páscoa e bombons, com matéria prima básica como cacau em pó, em vez dos açucarados achocolatados. E até envolver as crianças na produção de um bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

Outra boa alternativa pode ser o preparo de peixe fresco, de época, a preço mais acessível e que pode ser encontrado em feiras livres próximas de casa, utilizando-se os mesmos temperos e complementos de um prato feito originalmente com bacalhau. A Sardinha, a merluza, a tilápia, o salmão, a corvina, as pescadas branca e amarela, o linguado e o pintado são alternativas para substituir o bacalhau.

O Procon-SP realizou pesquisa com amostragem dos preços dos peixes mais tradicionais, consulte!

Na clássica moqueca, o peixe pode ser substituído pela banana da terra ou pelo palmito, sem o uso do leite de coco industrializado.


ROTULAGEM E PESQUISA

Desde outubro de 2022 existem novas regras para a rotulagem dos alimentos processados e ultraprocessados. Com os produtos pascoalinos não é diferente. Eles devem estar de acordo com as disposições ditadas pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC 429/2020 e a IN 75/2020), que orienta sobre a colocação do selo chamado de LUPA. Esse selo indica se o produto contém altos níveis de açúcar, gorduras saturadas e sódio, mas importante saber que o fato de alguns produtos não terem o selo tipo LUPA, não significa que sejam saudáveis.




De igual importância, a composição dos produtos, especialmente dos ovos de Páscoa também precisa ser observada, especialmente para prevenir alergias nos intolerantes a glúten ou lactose.

Este ano de 2025, por conta da alegada alta do custo do cacau plantado em alguns países da África (principal polo de produção do fruto), os preços dos ovos de Páscoa e dos chocolates aumentaram substancialmente.

Para tentar manter o lucro, a indústria passou a adicionar outras matérias primas ao chocolate (flocos de arroz, de milho, biscoitos), quando não, agregou à “casca” de chocolate, biscoitos, brownie, cookie etc. Por isto, é importante estar atento à composição dos ovos, para não levar “gato por lebre”.


COMPRAS ONLINE E APLICATIVOS DE ENTREGAS

Desde a pandemia de Covid-19, as vendas virtuais de ovos de Páscoa se intensificaram e continuam protegidas pelo CDC. Nesse sentido, o Procon-SP recomenda a aquisição com certa antecedência, para o caso de eventual descumprimento ao prazo de entrega.

Ainda assim, é importante lembrar que, tanto os ovos de Páscoa quanto os demais itens da festa (peixes, carnes, azeite, legumes) são classificados como produtos não duráveis. Por isso, eventuais reclamações sobre vícios de qualidade (alimentos vencidos, alterados, adulterados, estragados) devem ser feitas até 30 dias após sua constatação. Da mesma maneira, a lei protege o consumidor dos vícios de quantidade, problema comum com peixes congelados. Conforme o Artigo 19, há vício de quantidade sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, o conteúdo líquido do produto for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária. Da mesma maneira, admite-se o glaciamento (processo industrial que consiste em aplicar uma fina camada de gelo sobre um produto congelado) do peixe em até 12% de seu peso líquido.

Para se prevenir de surpresas, assim que entregues, verifique as condições dos produtos. Os chocolates são itens muito sensíveis, que podem facilmente estragar ou derreter com calor, mas também perder textura e sabor, se armazenado em condições muito frias (apresenta cor esbranquiçada). Os peixes e carnes requerem especial atenção devido a probabilidade de deterioração.

Agora, se ocorrerem problemas que não se refiram à vício de qualidade, tais como não entrega do pedido no prazo, descumprimento à oferta/promoção, a reclamação pode ser registrada em até 90 dias. Muitas lojas de chocolates e mercados lançam mão das empresas de entrega por aplicativo, as quais também respondem pelos vícios de qualidade e quantidade.

Por fim, lembramos sempre que, para compras feitas fora do estabelecimento comercial, independentemente da existência de vício, o consumidor tem direito ao prazo de arrependimento, que é de 07 dias após a compra ou entrega do produto.


1 Alimentos ultraprocessados são produtos industrializados produzidos com substâncias artificiais que podem prejudicar a saúde, como aditivos, corantes, aromatizantes etc., assim como açúcar, sal, sódio, gordura hidrogenada, saturada, entre outros.