sexta-feira, 15 de abril de 2016

Procon-SP 40 anos: Educação para o consumo de alimentos

 Agrotóxicos, transgênicos, uso de hormônios no gado, rótulos incompreensíveis são temas bastante discutidos atualmente. Mas, você sabia que todos estes assuntos já eram preocupações do Procon-SP desde a década de 70?

Desde sua criação, a área de Alimentos sempre foi um dos temas prioritários do Procon-SP, motivando a realização de diversos trabalhos, tais como pesquisas e orientação aos consumidores quanto aos cuidados na hora das compras.

Houve um tempo em que era muito comum encontrar produtos alimentícios sem as datas de fabricação e de validade nos supermercados. Hoje, nem imaginamos como isso era possível!

Em março de 1977, o Procon-SP realizou uma pesquisa em supermercados da capital e constatou o desinteresse dos consumidores em ler as informações dos rótulos dos produtos alimentícios. Naquela oportunidade, deduziu-se que a falta de hábito dos consumidores em examinar a data de fabricação estava correlacionada com a dificuldade de a população identificar e compreender a forma com que tais informações eram transmitidas.

Para mudar essa realidade, o Procon-SP intensificou os trabalhos de conscientização e orientação do consumidor através dos meios de comunicação de massa.

Em 1980, lançou dois folhetos da série “Compre Bem”: Manual para Compra e Conservação de Leite e seus Derivados e Manual para Compra e Conservação de Produtos de Carne.

No mesmo ano, foi criada a Comissão de Saúde e Segurança, que desenvolveu diversos trabalhos sobre assuntos como: prazo de validade em alimentos, agrotóxicos, bromato no pão, hormônios em gado, informações em bulas e rotulagem de medicamentos, segurança de chupetas, entre outros.

Já em 1981, registros de contaminação de leite se espalharam pelo País e fizeram o consumo do produto cair em 30%. O produto era comercializado com coliformes, estafilococos e outras bactérias nocivas à saúde. No mesmo ano, o Procon atuou no caso da adulteração dos azeites, que eram vendidos como “100% puro”, porém, continham outros tipos de óleo.

Em 1986,  após a aprovação da Lei da Ação Civil Pública, o Promotor de Justiça José Geraldo Brito Filomeno ingressou com a primeira ação no Estado para impedir a comercialização de leite e derivados contaminados com radioatividade decorrente do vazamento da usina atômica de Chernobyl, na antiga União Soviética.

O Procon-SP prosseguiu lançando várias publicações abordando os mais variados tipos de alimentos, inclusive, os vendidos em datas específicas, como festas juninas, Páscoa e Natal: carne, leite e seus derivados, gorduras e óleos, conservas, bebidas, ovos de chocolate, peixes e frutos do mar, padarias e confeitarias.

Em 2004, a partir de parceria firmada com o DPDC – Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, tem início a Operação Transgênicos, com o objetivo de coletar produtos que seriam submetidos a análises laboratoriais e verificar as informações contidas em suas embalagens, visando constatar se as determinações do Decreto nº 4.680/2003 estavam sendo atendidas.

Na comemoração dos seus 35 anos, em 2011, o Procon-SP lançou o banco de dados sobre recalls, que permite a consulta de campanhas históricas em diversos segmentos de produtos, dentre os quais, alimentos e bebidas.

Atualmente, o Procon-SP conta com uma peça de teatro de fantoches sobre os cuidados que se deve ter ao comprar alimentos e a importância de uma alimentação saudável. Esta é uma das atividades da Biblioteca Animada com Teatro de Fantoches, desenvolvida por especialistas em defesa do consumidor e que tem como principal alvo as crianças, mostrando que a educação para o consumo e uma alimentação saudável devem ter atenção desde cedo.