Baile dos Golpes, cuidado para não dançar!
Dicas para sua segurança durante a folia e em todos os dias do ano
Com suas brincadeiras, músicas, blocos, bailes e desfiles, o Carnaval traz alegria e diversão para pessoas de todas as idades.
A rotina da cidade muda. Grandes aglomerações, desvios no trânsito para passagem dos blocos, alterações nos horários do transporte público para os desfiles das Escolas de Samba, procura por fantasias nos grandes centros comerciais, aumento da oferta de alimentos e bebidas pelo comércio ambulante. Boa parte das vendas e contratações fica focada nos interesses dos foliões.
Por estas e outras razões, os consumidores podem ficar mais vulneráveis e, pensando nisso, o Procon-SP detalhou alguns golpes frequentes e as precauções para não se tornar vítima:
. Golpe da maquininha – o falso entregador de aplicativos de entrega de refeições/compras:
Objetivo: Transferir para uma conta particular, em uma única vez, a maior quantia possível e disponível do limite de transações do consumidor.
O suposto entregador entra em contato com o consumidor e avisa que haverá atraso por conta de algum problema (falha no motor, pneu furado etc.) e que outra pessoa fará a entrega do pedido. Quando chega ao local da entrega com o pedido, o suposto entregador alega que é preciso pagar uma taxa em valor geralmente menor do que R$ 10,00 (mesmo que já tenha sido paga antecipadamente pelo aplicativo). Em geral, a máquina utilizada para pagamento tem problemas no visor (vidro quebrado, riscado, embaçado). Nesse momento, em vez do preço anunciado, o golpista digita valores acima do combinado. Há casos em que o débito ultrapassa R$ 1.000,00 (mil) reais.
. Golpe da troca do cartão:
Objetivo: Ter a posse e a senha de cartão para utilização em saques e compras até o limite permitido.
Pode ocorrer tanto no comércio de rua (feiras livres, ambulantes, barracas etc.) como dentro de lojas. Também é comum em agências bancárias.
O consumidor entrega ou insere o cartão para pagamento e o falsário observa a digitação da senha. Em seguida, troca rapidamente por um cartão em nome de outra pessoa. Depois, com a senha memorizada e o cartão do consumidor em mãos, o falsário passa a fazer saques, operações e compras.
Nas agências bancárias a ação é similar, porém o golpista apresenta-se como funcionário do banco e, a pretexto de prestar auxílio, toma posse do cartão, o insere no caixa eletrônico e solicita que o consumidor digite a senha. Nesse momento, observa e decora os números e, sem que o consumidor perceba, faz troca do cartão pelo de outra pessoa.
Lembre-se que, durante o Carnaval, as agências bancárias não funcionam, portanto, não há funcionários para prestar auxílio.
. Golpe do pagamento: cartão por aproximação:
Objetivo: Com os dados do cartão “capturados” (número/data de validade e CVV – código de segurança) e, mesmo sem o “plástico”, consegue fazer saques e compras até o limite permitido.
Na verdade, o problema não está no pagamento por aproximação e sim na tentativa do golpista em fazer o consumidor inserir o cartão na máquina, o que possibilita a captura dos dados através do chip.
Quando o consumidor vai fazer o pagamento por aproximação, a máquina informa "erro" forçando o consumidor a inserir o cartão, momento em que os dados contidos no chip (número, código de segurança do cartão - CVV, validade) são capturados para utilização indevida.
. Golpe dos aplicativos de transporte
Objetivo: lesar o consumidor antes, durante ou depois da viagem, cobrando valores acima do devido e até mesmo colocando sua segurança em risco.
Todo mundo já sabe: se beber não dirija! Por isso, depois da diversão, a melhor maneira de voltar para casa é de transporte público ou por aplicativo, e para não cair em golpes é importante estar atento.
O motorista pode ter comportamento inadequado, violento, realizar percurso mais longo e estender o tempo de viagem para aumentar o valor da corrida e ter uma avaliação negativa, além de cobrar valores adicionais em dinheiro, embora você tenha realizado o pagamento via aplicativo e ter uma avaliação ruim.
Atenção com o golpe do falso motorista em que o golpista se passa pelo condutor regular do veículo de transporte.
CUIDADO FOLIÃO!
No caso do golpe:
- Do pagamento por aproximação - caso a máquina apresente “erro”, insista no pagamento por aproximação ou solicite outra máquina. O débito também pode ser quitado por meio do PIX ou dinheiro.
- Da maquininha/falso entregador - recuse-se a digitar a senha, caso não seja possível visualizar a quantia combinada. Suspeite de máquinas com problemas no visor ou alguma barreira que impeça a visualização do valor digitado. Desconfie se o “entregador” rejeitar o pagamento em dinheiro.
- Do golpe da troca de cartões – não entregue o cartão nas mãos de terceiros. Se não for possível, acompanhe todo movimento até a inserção ou aproximação na máquina e, ao recebê-lo de volta, confira se o cartão é mesmo o seu. Como no Carnaval fica difícil evitar aglomerações, para facilitar a visualização, identificação e o acompanhamento do seu cartão durante o ato do pagamento, você pode personalizá-lo, colando um adesivo de sua preferência (desde que não seja no chip nem na tarja magnética).
- Dos aplicativos de transporte – Utilize lojas oficiais para baixar um app de transporte, evitando assim aplicativos falsos e a instalação de ação maliciosa que pode comprometer sua segurança e privacidade.
Verifique a foto do motorista e a placa do carro, se não for a mesma pessoa, não embarque! Confira também as avaliações do condutor e o método de pagamento, e durante a viagem, observe se o carro não está dando voltas desnecessárias, fazendo um trajeto mais longo apenas para aumentar o valor final da viagem.
Compartilhar a corrida com uma pessoa conhecida pode ser uma opção para aumentar a sua segurança e dividir a despesa. Ao chegar no final do percurso certifique-se de que o condutor encerrou corretamente a corrida no aplicativo e fique atento, pois caso ele não encerre, pode haver cobranças adicionais.
É importante ressaltar que passageiro e motorista devem se tratar mutuamente de forma cordial e respeitosa, no caso de se sentir intimidado ou observar qualquer comportamento inadequado ou violento, lembre-se que sua segurança é prioridade: acione a polícia pelo telefone 190.
A última dica é sobre a forma de pagamento: se você escolheu pagar no aplicativo, via débito, crédito ou PIX, o motorista não deve cobrar qualquer valor em dinheiro. No caso de qualquer problema, acione o suporte do aplicativo e, de posse dos comprovantes da viagem, reclame no Procon.
Dicas gerais:
. Tente bloquear a visão de terceiros na hora de digitar a senha;
. Consulte regularmente o extrato das movimentações da sua conta-corrente ou do cartão de crédito;
. Avalie a possibilidade de ativar o envio de mensagens pelo banco/administradora para o celular, de modo a ser informado sobre todas as transações a débito ou a crédito;
Atenção: Alguns bancos e operadoras cobram tarifas por esse serviço quando não está incluído no pacote contratado.
. Evite usar redes Wi-Fi gratuitas, principalmente para a realização de transações bancárias, seja com o celular, tablet ou notebook.
SE FOR VÍTIMA DE GOLPE, IMEDIATAMENTE:
. Comunique ao banco/administradora.
. Registre Boletim de Ocorrência.
. Caso os descontos sejam mantidos, procure o Procon de sua cidade ou um órgão de defesa do consumidor.
CUIDADO COM SEU CELULAR:
De modo geral, os aparelhos celulares tornaram-se o alvo preferido dos criminosos, já que contêm dados pessoais e informações sensíveis, como senhas, contatos e aplicativos de banco.
No Carnaval, essa “predileção” aumenta em razão da maior vulnerabilidade dos consumidores foliões, que precisam utilizar o celular na rua para diversas finalidades como chamar transporte por aplicativo, trocar mensagens com amigos, realizar pagamentos por PIX ou aproximação, inclusive da passagem no transporte público.
Para contribuírem com a restrição de ações criminosas e prevenirem danos, os foliões podem ter algumas iniciativas como:
. Bloquear o aparelho por meio de senha ou biometria e utilizarem senha de dupla verificação;
. Avisar a operadora de serviço para fazer o bloqueio do aparelho;
. Diminuir, temporariamente, o limite do valor de saques e outras operações bancárias realizadas de forma virtual;
. Não carregar a bateria do aparelho celular em redes públicas, através do cabo USB (essa modalidade de carregamento permite a captação de todos os dados sensíveis que estiverem salvos no aparelho);
. Comunicar o Programa Celular Seguro: https://www.gov.br/pt-br/apps/celular-seguro-br
ATENÇÃO! Caso tenha ou contrate seguro para o aparelho celular, verifique os diferentes tipos de cobertura como roubo, roubo qualificado, furto, transações bancárias não reconhecidas etc. e fique atento às limitações de cada apólice.