Fonte: Folha de São Paulo
O processo de superendividamento não tem origem única e, uma vez iniciado, torna-se difícil de ser revertido. Com a ajuda de consultores, a Folha mapeou dez sintomas que podem indicar descontrole financeiro em estágio avançado (veja quadro).
Entre os mais graves, está pagar despesas fixas, como supermercado e moradia, com o rotativo do cartão de crédito ou empréstimo pessoal.
"Financiar esse tipo de obrigação origina uma bola de neve. No mês seguinte, as contas estarão lá novamente, além da parcela do empréstimo. E o salário continua o mesmo", diz Syllas Ramos, diretor do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros).
E isso leva a outro indício de superendividamento: a soma das despesas fixas ultrapassa 70% do salário líquido (descontados os impostos).
"O dinheiro acaba antes de o mês terminar", afirma Wilson Justo, diretor da financeira Sorocred. E, mesmo com esses sinais, o endividado continua a apresentar comportamentos que podem levar a novas dívidas.
"Ele tem um carro mais caro do que o que poderia ter, frequenta um restaurante que o padrão de vida dele não comporta", acrescenta Justo.
Com a renda tomada por empréstimos de vários tipos e em mais de uma instituição financeira, o endividado começa a ver suas linhas de crédito se esgotarem.
É comum, nessa etapa, o consumidor iniciar processos de renegociação de dívidas. Mas, apesar de acertar o pagamento com os credores, muitos endividados pagam as parcelas combinadas apenas nos primeiros meses e voltam a dar calote.
"Isso porque eles não conseguem reformular seu comportamento de consumo", diz Justo, da Sorocred.
Para quem deseja colocar a vida financeira em ordem, há serviços gratuitos e pagos que podem ajudar na renegociação dos débitos em atraso.